Sem terra e sem-rumo

 

O Movimento Sem Terra surgiu por causa da necessidade de promover a reforma agrária. O MST, como ficou conhecido, foi fundado em 1980 e marcou a trajetória de protestos e manifestações com a invasão de propriedades privadas e terras para forçar a desapropriação e o assentamento de trabalhadores rurais. O Movimento já chegou a contar com um amplo apoio social. Em 1997, o MST organizou uma marcha e levou mais de 100 mil pessoas a Brasília. O movimento luta pela distribuir terras de forma justa. O MST é organizado em 24 estados brasileiros a partir de comissões de frente que buscam a reforma agrária de forma verdadeira. Cada comissão é responsável por setores de saúde, direitos humanos, educação, cultura, projetos e finanças, meio ambiente e frente de massa. Mas é claro que existem pessoas que se infiltram no movimento com a intenção de enganar o governo e os próprios manifestantes somente para obterem um pedaço de chão. Ao longo de mais de 20 anos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi se transformando num movimento de caráter político e ideológico que investe contra a economia de mercado. Em junho de 2007, no quinto congresso nacional do MST, o movimento mostrou que está mudando ao transferir o foco das ações. Em vez de lutar pela reforma agrária, o MST decidiu lutar contra o que classificam como males da globalização econômica: o neoliberalismo, as privatizações, as transnacionais. Os ataques contra a Vale, maior empresa privada brasileira que atua em mineração e siderurgia, por exemplo, não tem nada a ver com a questão agrária. Esse fato é apenas a face mais visível e recente dessa transformação.