Todo mundo mente

Todo mundo mente para evitar sofrimento. As pessoas dizem que a mentira tem pernas curtas porque sabem que ela não costuma ir muito longe. Cedo ou tarde, a verdade alcança a mentira. Isso acontece por, pelo menos, dois motivos: primeiro, porque quando as pessoas mentem fazem mais esforço do que quando dizem a verdade. Tudo por causa do dilema moral inconsciente envolvido na questão. Segundo porque, quando precisa ser repetida, a mentira perde força. Mentir significa “inventar” uma verdade que não existe, e não “contar” a verdade como ela é. Quando alguém mente cria uma realidade que não se baseia em nenhum outro fato, a não ser na própria criatividade. O candidato a emprego que mente sobre a experiência e qualificações vai ser desmascarado por não saber fazer tudo o que disse e prometeu realizar. E por aí vai. Fatos que demonstram que a mentira tem pernas curtas podem ser colhidos aos montes na história de vida de quase todas as pessoas. Desde adolescentes até presidentes da república. Mas, afinal, por que as pessoas mentem, se existe a chance de serem desmascaradas? Que força é essa que impele a humanidade a não ser sempre fiel aos fatos? Existem mentiras justificadas ou não? A verdade, doa a quem doer, sempre é a melhor opção?/ Essas são questões da ética humana que interessam a várias correntes do pensamento. A psicologia explica a mentira pelo mecanismo de defesa, a sociologia pela busca do poder, a filosofia pela imperfeição humana e a religião pela compulsão ao pecado. Mas As explicações quase nunca justificam a mentira ou desculpam o mentiroso.

Por que as pessoas mentem?